As pessoas estão mesmo mais ansiosas? O que dados dos EUA revelam sobre a prevalência de ansiedade na população adulta em geral
- Gabriel Avelino
- 4 de mai.
- 2 min de leitura
Um estudo publicado no Journal of Psychiatric Research analisou dados de 2008 a 2018 e revelou um aumento preocupante nos casos de ansiedade entre adultos nos Estados Unidos, especialmente entre os mais jovens.
Esses dados refletem uma realidade que muitos já percebiam no dia a dia: a ansiedade está se tornando cada vez mais comum e os jovens adultos parecem ser os mais afetados.
Principais descobertas do estudo:
Crescimento geral: A porcentagem de adultos com sintomas de ansiedade aumentou de 5,12% em 2008 para 6,68% em 2018.
Jovens adultos mais afetados: O grupo de 18 a 25 anos apresentou o crescimento mais acentuado, passando de 7,97% para 14,66% no mesmo período.
Aumento em todos os grupos: O crescimento foi consistente entre diferentes faixas de renda, níveis de escolaridade e etnias — ou seja, não se trata de um problema isolado de um grupo específico.
Por que isso está acontecendo?
Embora o estudo não investigue diretamente as causas, os pesquisadores apontam alguns fatores que podem estar contribuindo:
A pressão constante por produtividade e sucesso.
O impacto das redes sociais e da comparação social.
Incertezas econômicas e políticas.
Maior exposição a notícias negativas.
Estilo de vida acelerado e pouco tempo para descanso.
Tudo isso cria um ambiente que pode favorecer o desenvolvimento da ansiedade, especialmente entre os mais jovens, que estão em uma fase de transições importantes da vida.

Importância do Diagnóstico e Tratamento
A ansiedade é uma resposta natural do corpo ao estresse. Porém, quando ela se torna constante, intensa e começa a atrapalhar o sono, o apetite, os relacionamentos, o desempenho no trabalho ou nos estudos, é sinal de que algo precisa de atenção.
Infelizmente, ainda existe muito preconceito e desinformação. Muitas pessoas acham que “todo mundo tem ansiedade” ou que “é só uma fase”, e acabam demorando para procurar ajuda.
Mas a verdade é que viver com ansiedade intensa e contínua não precisa — e não deve — ser o normal.
O primeiro passo é buscar um diagnóstico correto com um profissional da saúde mental. Entender qual tipo de ansiedade está presente (como transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do pânico ou fobias) é fundamental para indicar o tratamento mais adequado.
O tratamento pode envolver:
Psicoterapia: pode ajudar o indivíduo a compreender e modificar pensamentos e comportamentos que alimentam a ansiedade.
Uso de medicações, quando necessário, que ajudam a regular os circuitos cerebrais ligados ao medo, preocupação e estresse.
Mudanças no estilo de vida: atividades físicas regulares, sono de qualidade, alimentação equilibrada e práticas de relaxamento, que ajudam a reduzir os sintomas de forma natural.
O aumento da ansiedade entre os jovens adultos deve servir de alerta. Estamos vivendo tempos desafiadores e isso está deixando marcas emocionais importantes.
Promover conversas abertas sobre saúde mental, reduzir o estigma e facilitar o acesso a tratamento são passos essenciais para lidarmos com esse problema de forma coletiva e humana.
Se identificou com esse tema ou conhece alguém que está passando por isso? Que tal marcar uma consulta para que possamos juntos explorar e avaliar melhor o seu caso? Cuidar da saúde mental é um ato de coragem e autocompaixão. Quanto mais cedo a ansiedade for reconhecida e tratada, melhores serão os resultados — e maior é a chance de poder viver uma vida mais tranquila, mais produtiva e com bem-estar.
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